Labirinto Mental

Eu queria poder lembrar do passado sem me machucar novamente.

Eu queria lembrar sem perder a minha essência devido aos inúmeros pensamentos que me causam inquietação e me sufocamo peito, como se faltasse o ar.

Eu queria ter lembranças para somente não ignorar o meu passado e, quando me lembrasse, fosse da maneira mais branda e superficial que a minha memória fosse capaz de reproduzir.

Não queria compartilhar o meu sofrimento com você dessa forma tão rude e aparentemente fria – como tenho feito. Lastimável é que eu não tenho outra forma de ser mais transparente para expor como a vida pode se transformar em doce e amarga ao mesmo tempo.

Os fatos e pesadelos vivos ainda têm presença forte em meus dias e limitam, ainda que eu lute, o meu retorno à vida.

A minha essência foi abalada por um ato inconsequênte e nunca mais foi recuperada, mas eu convivo com isso, tentando aceitar e melhorar a minha conduta.

A minha individualidade foi desrespeitosamente invadida, como consequência dos meus atos e ainda não consegui me impor.

Diariamente, lembro de como eu sonhava e como ainda sonho com a liberdade. Eu acredito que a liberade não está somente em nossos atos, nos relacionamentos interpessoais.

A liberdade pode estar presente em nossa mente para que possamos planejar a nossa vida, os nossos dias – sem medo, o nosso eu.

A liberdade está inclusa em nossas atitudes, aquela que permite o respeito, a razão de gostar do outro e gostar, acima de tudo, de nós mesmos.

Ainda me sinto presa em um pesadelo, presa em um labirinto mental, de pensamentos confusos em que não consigo meios para conseguir me libertar, pois minha mente ainda está dormente e, quando não, reluta em acreditar em tudo o que vê.

Alba